Há dez anos ou mais.
Quero poder um dia olhar pra trás e ter a certeza de que me
entreguei à vida.
Que o medo não foi apenas um inimigo que me prendeu na minha
própria insegurança, entender que essa fase passou.
O medo agora só serve para impor limites, não me deixar sair
de si.
Queria também ter sorte o bastante, para que daqui a uns dez
anos ou mais, eu, na eminência de um instante inexoravelmente existencial
flertar-te ao olhar para o lado.
Lembrar-se daquelas histórias ingênuas e infantis,
Experiências simples e marcantes que protagonizei como
figurante de uma história que se pôs sobre a minha própria existência.
Olhar nos olhos daqueles que por um instante foram parte de
mim e daqueles que me roubaram sem pensar no que iria acontecer.
Entender que houve pessoas que numa metamorfose mudaram (pra
sempre ou não) e me levaram junto à morte repetidas vezes.
Fica mais um pouco de mim e o que me sobra é ficar com meus
restos que alguém há de reconstruir.
Espero também ter a clareza e a sensatez de conseguir
entender minhas perdas e atitudes erradas, decisões erradas,
Entender que a dor e o choro, o riso e o choro...
...Isso é a vida.
Vida é aprender e ensinar, vida é amar e odiar, saber
aceitar nossos momentos e não esquecer, levar tudo que tu conseguir.
Tudo que couber dentro de ti, inclusive os espaços vazios
que às vezes ficam.
O tempo machuca, nos dá aquela vontade boba de voltar,
impossível.
Voltar no tempo torna-se uma vontade cotidiana, mas é
impossível, por isso amemos mais,
E guardemos menos, marquemos as vidas uns dos outros, o real
proposito da vida talvez.
Nossa vida é recheada
de paradoxos e antíteses. E nos momentos de raiva onomatopeias das mais
variadas.
Com todo bom senso do mundo, pensemos menos...
Tu só vives uma vez.
Não te deixa à vida tornar
medíocre.
Lucas Santos, 07/06/2012 (+- 1:30)
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