terça-feira, 20 de novembro de 2012

Segunda-Feira

Já são quase sete da manhã.
A carteira tá quase vazia,
o que me resta é só um suspiro sufocado.
Um cigarro.
Um copo de Coca-Cola em cima da mesa.
Uma xícara de café preto.
Um pão dormido.
De herança as olheiras, os jornais não lidos,
as mentiras não contadas e
alguns sentimentos taciturnos de segunda-feira.
O tédio de segunda-feira.
Já tem sol lá fora.
O calor me sufoca mais que a fumaça.
Mormaço!
O ar puro não me atrai.
A alegria não me emociona mais.
Aliás, são quase oito da manhã,
e essa vida vai...
Vida-Angústia.
Angústia de viver
esse tédio de segunda-feira
só termina
no dia em que eu morrer.
                                       Lucas Santos, 19/11/2012.

domingo, 18 de novembro de 2012

O Senhor da Guerra

Morre um.
Salva-se outro.
Nascem mil.
Mas na verdade, já estariam salvos não fosse a guerra.
A bala que mata é a mesma que salva.
Cria.
Dá orgulho.
Quiçá MENTE!
Nessa evolução da ciência, perdemos nossa ciência.
Matamos, pra fazer nascer.
Exploramos o inconsciente.
O sangue, sem escrúpulos,
corre aos olhos do médico, do químico,
do Senhor da Guerra.
Seus olhos não têm brilho.
Vive na morbidez do "matar".
Ainda finge que, no fundo de sua alma, tem um sentido,
procura uma razão,
mas é o orgulho e a ambição, que lhe faz galgar o poder.
Poder...
Poder de quê mesmo?
Governar cadáveres e administrar funerárias parece-lhe agradável, afável.
O Senhor da Guerra ainda não aprendeu a chorar, nunca olhou no olho do medo,
nunca sentiu pena, sempre achou que a morte era bem-vinda.
Morte nobre morte,
morte que não deixa ao vencedor oportunidade pra comemorar.
Não deixa ao filho, sem pai, oportunidade para sorrir.
E ao senhor da Guerra, oportunidade para amar.
                                                                  Lucas Santos, 18/11/2012.

domingo, 11 de novembro de 2012

Flores

Fazendo favores
que nunca vamos cobrar.
Murcharam as flores
que nunca vamos querer.
Secaram as flores
mas nunca vamos chorar,
Morreram as flores!
nós nunca vamos amar.

Os sentidos nos traem
atraem,
Às vezes nos subtraem!
A traição também passa pelos sentidos
e pelos sentimentos.
Portanto me faça um favor:
Não sinta!
Pois eu sinto muito em te falar:
TUDO SÃO FLORES!
Mas se as deixar secar,
o teu tudo será menor que nada
e se não cativar
é melhor não sentir
é melhor nem tentar!

                              Lucas Santos, 11/11/2012.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Ano Novo

Mais um dia. Mais um ano.
Mesmo plano: Ser feliz!
E o que importa ainda é pouco.
A vida não me fala mais tanto,
ensina, árdua, sempre a chorar.
Se é que pra viver tem que sair da lividez de estar.
Hoje vi três pessoas chorando,
cinquenta rindo,
mas não achei ninguém,
não tinha nada.
Nem mais a beleza de coexistir consigo mesmo,
assim talvez fugir do grunhido sofrido e amargo
de nossa própria vida para si mesma.
deixar de ser um mero forjador de uma verdade que não existe.
Na vida, passam muitos forjadores,
Forjamos riso, choro, amizade e amor.
Nós acabamos vivendo dentro do "forjar",
O problema é que acabamos encontrando nossa verdade dentro disso.
Hoje Magnólia chorou,
o caminho não comporta volta, querida!
Vida fingida é vida que morre antes de nascer.
Mas o fato é que vida vem ano vai...
E dizer que tempo já é pouco pra sonhar
já é perder tempo de aprender.
E a morte é chegada,
mas a inconstante de sonhar as vezes mata mais que a própria.
Mas enfim, de que adianta sonhar tanto assim.
Toda música se acaba, todo carnaval tem o seu fim.
Toda vida termina na morte.
Todo amor se encontra na sorte.
                   Feliz Ano Novo, Lucas Santos (02-04/11/2012).