domingo, 18 de novembro de 2012

O Senhor da Guerra

Morre um.
Salva-se outro.
Nascem mil.
Mas na verdade, já estariam salvos não fosse a guerra.
A bala que mata é a mesma que salva.
Cria.
Dá orgulho.
Quiçá MENTE!
Nessa evolução da ciência, perdemos nossa ciência.
Matamos, pra fazer nascer.
Exploramos o inconsciente.
O sangue, sem escrúpulos,
corre aos olhos do médico, do químico,
do Senhor da Guerra.
Seus olhos não têm brilho.
Vive na morbidez do "matar".
Ainda finge que, no fundo de sua alma, tem um sentido,
procura uma razão,
mas é o orgulho e a ambição, que lhe faz galgar o poder.
Poder...
Poder de quê mesmo?
Governar cadáveres e administrar funerárias parece-lhe agradável, afável.
O Senhor da Guerra ainda não aprendeu a chorar, nunca olhou no olho do medo,
nunca sentiu pena, sempre achou que a morte era bem-vinda.
Morte nobre morte,
morte que não deixa ao vencedor oportunidade pra comemorar.
Não deixa ao filho, sem pai, oportunidade para sorrir.
E ao senhor da Guerra, oportunidade para amar.
                                                                  Lucas Santos, 18/11/2012.

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