quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

De onde vem a calma

Agora eu só queria saber
de onde vem a calma até encontrar você.
Pra te olhar com um olhar confuso e embaçado
e descobrir que nem o choro me consola mais,
nem o ombro amigo, me esconde o perigo.
Tampouco o trago.
Tampouco a tragada.
Tampouco o tropeço.
Caí, desisti de levantar, resolvo olhar pro céu,
para lá encontrar tua imagem, teu desenho tava lá!
Tu foi uma nuvem que choveu,
molhou como lágrima, 
e de nada adiantou.
O que era de fato eu virou um resto de choro,
um resto sozinho e melancólico,
meu lado taciturno que agora se chama vida,
pra nada adiantou, agora só quero te descobrir.

Me redescobrir...
De onde vem a calma mesmo?

                                Lucas Santos, 31/01/2013.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Rio Grande do Sul de Luto


Primeiramente, devo agradecer o excelente trabalho jornalístico que as emissoras prestaram essa manhã ao saberem do ocorrido em Santa Maria, foram extremamente eficientes.
Parece uma guerra, mas essa é uma guerra que já entramos depois do fim, os derrotados somos nós, não há o que fazer.
Mais de duzentas pessoas hoje não vão no Parcão tomar um chimarrão com os amigos, aquela cerveja no bar, com o amigo de infância que tinha ficado pra amanhã, o churrasco da família, tudo agora é muito fútil, até os sorrisos, palavras já não são mais nada, não riram, e nem mais rirão.
Acordei e liguei a TV, havia um pai falando, eu não sabia o que estava acontecendo, quando li o rodapé do enunciado da reportagem e dizia “pai de sobrevivente”,  depois ouvi dizer que a Federação Gaúcha de Futebol cancelou a rodada de jogos, pensei numa tragédia, um ônibus, algo assim, um número grande de vítimas, não sei, uns cinquenta talvez....
Eram jovens como eu, junto com os eles, filhos, sobrinhos e netos que se foram, foram-se sonhos, sonhos iguais aos meus. Os meus sonhos, gente nova, gente promissora, e mesmo que não fossem. Apagamos o fogo com vidas, com sonhos e com sorrisos, era uma festa qualquer, festas assim acontecem todo dia... UM PEDAÇO DE CADA JOVEM, AO MENOS SENSATO, MORREU HOJE. Se servissem de consolo as famílias, ao menos, nosso eterno sentimento, nosso luto. Hoje aqui no Rio Grande do Sul, o céu de domingo não estava azul, e a chuva virou lágrima.
Essa mistura de tragédia com sonhos, hoje, me fez pensar seriamente em valores, me fez pensar muito na vida.
Pensei que assim aconteceria, mas me deparei com piadas, muitas brincadeiras sem graça, ridículas, houve um nordestino que falou: “Não tem tanta água aí? Por que não apagaram o incêndio?” Outra guria também disse: “Vocês não amam churrasco? Agora tem um monte!”. Pois bem, se não por bom senso, pelo menos calem a boca por agradecimento, pois são sustentados por estados como o nosso, que paga mais tributos do que recebe investimentos do Estado, lógico que são poucos os que deixam assim tão ruim a imagem dos brasileiros, mas por favor, tenham vergonha do ser humano que são,  ou melhor, do ser humano que não são!
Fica o apelo, não só por hoje, mas vejamos o que estamos fazendo consigo mesmo, virem gente! Ninguém sabe o dia de amanhã!
Quero deixar no fim desse texto meus sentimentos a todas as vítimas da tragédia em Santa Maria e os parabéns aos gaúchos e também aos brasileiros, que são incrivelmente caridosos e que prestando uma ajuda indispensável a todos os parentes de vítimas.
                                                                    Lucas Santos, o dia não interessa.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Feliz Ano Novo (atrasado)

Feliz ano novo!
Ano novo denovo,
se denovo nao é novo
por que chamar de novo?
de novo chamando
esses anos e mais anos
pouco a pouco nós vamos
velhos nos tornando
e é engraçado ver o tempo passar né?
tu queres que eu volte
Não volto!
Tempo, tempo, tempo...
comemoramos o teu nascimento e a tua morte
à todo instante.
O que não podemos é viver nesse luto,
senão quem morre somos nós,
e essa morte, só com o tempo, certo!?
                                       
                                           Lucas Santos, 31/12/2012.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Dois Acordes

Pode ser a eternidade
mais eterna que há de durar,
Em mim, em ti...

O pra sempre mais pra sempre
Que eu sempre vou levar,
Vai que é tu, né meu bem!?

Mesmo assim, talvez
Eu vá estar só.
Só por ser...
Ser só um Sí
E tu só um Sol.

E, quem sabe,
de dois acordes
fazer um amor.


                         Lucas Santos, 10/01/2013.