sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Carmim

Havemos de ser fortes. Tão tristes e vivos Quanto o carmim que nos rodeia E insiste em nos inundar Com a solidão poluída De sua cor ensurdecedora. De tempos em tempos É possível que percebamos Que o vermelho não é a cor do amor Vermelho é só aquele carmim Que começa em ti, Termina em mim.

Lucas Santos, 26/12/2013.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Primeira do Plural

Impessoalidade não tem sido meu forte, quanto as palavras, bom, talvez jamais tenham sido... a singularidade, por ventura, também não, Mas sabe, meu bem, as coisas têm ido bem assim! talvez já havia passado tempo, tempo o bastante, mas mesmo assim, aqui estamos, muito bem, diria. Nós sabemos que ninguém é feliz, e na maioria das vezes só queremos alguém que nos faça entender o quão bom é arranjar maneiras boas de ser triste, Tu entendes? Encontrar-me nos defeitos alheios tem sido meu novo passatempo, É divertido tentar ver-nos completo, mais ainda conseguir. Mas no fundo só quero que daqui uns cinco anos ou mais tu não precise mais de mim. Seria egoísmo. Eu, logicamente, não pretendo precisar de ti, uma troca ao menos justa. Mas quero lembrar, e se sorte tivermos, viver essa primeira do plural, da qual pretendo depender
                                       Lucas Santos, 19/11/2013.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Doze

Me ama, meu bem
Mas me ama só um pouquinho
E se nao te servir um pouco
Ao menos guarda o restinho,
Que é pra eu poder viver bem
E morrer feliz, mas bem devagarinho,
Pouco a pouco,
Um por um, doze.
Doze versos,
Doze dias.
Doze meses,
E um pouco mais.

                                       Lucas Santos, 31/10/2013.